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17 de Novembro de 2016
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Mente turbinada: muito além de um jogo
De acordo com médico criador do projeto, programa identifica dificuldades do jogador e elabora treinamentos cerebrais específicos para cada pessoa



Desenvolvimento e prevenção são as palavras de ordem na parceria que o Sindpd fechou recentemente com o programa Mente Turbinada, que, por meio de uma gama de jogos, promete estimular a saúde cerebral com seleção personalizada para cada usuário.

A ideia teve início dentro de um consultório médico, em São Paulo, quando o clínico geral e geriatra Paulo Camiz começou a perceber uma procura maior de idosos com problemas de memória. A fim de melhorar esse quadro, o especialista, criador do Mente Turbinada, conta que os jogos foram elaborados pensando no estímulo de cinco funções cognitivas: memória, linguagem, percepção, concentração e raciocínio.

Confira a entrevista completa com o médico sobre a criação e os benefícios do programa Mente Turbinada.

Sindpd: Como e quando surgiu essa ideia?
Paulo Camiz: O projeto surgiu há mais ou menos três anos. Eu sou geriatra de formação, e muitos dos meus pacientes me procuram por uma questão de memória. Muitas vezes, a conclusão da minha avaliação é que a pessoa não tem uma doença causadora do problema de memória. É simplesmente o excesso de informação. E aí vem a pergunta: mas eu consigo melhorar isso, doutor? O cérebro - consequentemente, a memória -, nossas funções cognitivas, as funções cerebrais superiores, elas podem ser melhoradas se você exercitá-las.

Mas eles falam: "mas eu faço palavra cruzada, já faço Sudoku". Perfeito, então seu problema não está na área de linguagem. É a mesma coisa de você precisar fortalecer a perna e fazer um exercício para o braço.

Foi aí que surgiu a ideia de um projeto para exercitar as funções cognitivas, e, inclusive, uma das minhas pacientes se tornou sócia do projeto. Ela é uma coidealizadora. A gente desenvolveu, pensando nisso, uns jogos que, na verdade, são exercícios onde você, com entretenimento, se exercita. É como se fosse uma diversão com propósito, com função.

Sindpd: Então foi um processo criativo. Quanto tempo demorou para terem a ideia final de todos os jogos?
Paulo Camiz: A gente fez um brainstorm, mas os jogos ainda não estão no final. Tem muitos jogos que estão em desenvolvimento e não conseguimos fazer mais porque não tivemos nenhum investidor. É um projeto muito caro e nós mesmos investimos. A gente não consegue fazer mais rápido do que está indo, infelizmente. Mas tem muitos jogos em desenvolvimento. O projeto ainda está em expansão.

A gente atingiu o produto mínimo viável para conseguir lançar e disponibilizar para o usuário há pouco menos de um ano.

Ainda há alguns ajustes que são feitos diariamente. Nossa equipe de TI está direto em cima e está sempre melhorando.

Sindpd: Como e por que foi definido o tempo médio de treino, (que são os 90 minutos semanais ou 15 diários)?
Paulo Camiz: Na verdade, isso também está em estudo. Mas o raciocínio é muito parecido com o de uma academia de musculação, por exemplo. Existem pessoas que praticam duas vezes por semana e ganham mais massa muscular do que quem faz todos os dias. Tem uma característica genética de cada um. Existem pessoas que se desenvolvem com mais facilidade que outras.

É um número que consideramos ideal. Há quem faça menos e se beneficia de qualquer forma.

Sindpd: Quais áreas estimula e quais resultados podem ser observados a curto e longo prazo?
Paulo Camiz: Estudo de longo prazo ainda não temos, mesmo porque o produto foi lançado há menos de um ano. No momento temos relatos dos usuários de que uma ou duas semanas de uso já melhoraram a agilidade e desempenho em coisas do dia a dia.

A gente trabalha o cérebro como se fosse um músculo? A resposta é sim. Só que você não vai trabalhar bíceps, tríceps ou o músculo que determinar. Nós separamos as funções cognitivas, nossas funções cerebrais superiores. Então definimos memória, atenção, raciocínio, linguagem e percepção.

Existem outras? Existem! No entanto a gente focou nessas cinco principais, e os exercícios vão trabalhar em diferentes intensidades cada uma dessas áreas. O que é interessante é que, ao mesmo tempo em que a pessoa vai se exercitando, ela vai sendo também avaliada.

Nós desenvolvemos um método para ver aonde está a deficiência da pessoa. Então à medida que ela vai jogando, ela vai sendo avaliada e vai sendo proposto um treino personalizado para ela.

Sindpd: O trabalhador de TI tem um trabalho massivo intelectualmente. Pensando nisso, quais seriam os benefícios de estimular a atividade cerebral através dos jogos oferecidos pela plataforma?
Paulo Camiz: Provavelmente eles ficarão mais ágeis no dia a dia, no desempenho deles. As coisas vão ficar mais naturais. Independentemente da idade. É o que vivo comentando nas entrevistas que dou: eu desenvolvi isso daí pensando nos meus idosos com 60, 70 anos que já começam a experimentar um declínio e ainda têm uma intimidade com informática, com smartphone, enfim. Agora estou tendo muito interesse em escolas infantis para melhorar o desempenho dos alunos em provas. Os primeiros estudos devem sair no final deste ano, pois já temos escolas parceiras onde estamos conduzindo um estudo para ver se melhora o desempenho até nas notas escolares, nas matérias.

Sindpd: O que tem levado a esse problema massivo de memória?

Paulo Camiz: O cérebro pode e deve ser trabalhado como se fosse um músculo. Simplesmente a gente desenvolve um instrumento para trabalhar isso. As pessoas que estão ativas no seu dia a dia já estão exercitando, mas todos podem se beneficiar.

O ser humano não foi preparado, evolutivamente, para a quantidade de informações que se tem hoje. As informações no mundo duplicam em pouco tempo, se multiplicam muito rápido, então ninguém consegue armazenar. É um excesso de demanda que a gente tem e que nossos antepassados não tinham.

O cérebro humano - assim como o corpo humano - e uma máquina extremamente inteligente. Ela se adapta. Uma das definições de inteligência é essa: capacidade de adaptação. Se você exige dela, ela vai responder. Se você mostra para o seu corpo que é importante ele fazer exercício, como é que ele vai responder? Hipertrofia na musculatura, e o cérebro é a mesma coisa.

Um dos estudos que mais me marcou nesse sentido foi um estudo que fizeram no início dos anos 2000 comparando o cérebro de taxistas com o de motoristas de ônibus na cidade de Londres, Inglaterra. Estamos falando de antes do advento do GPS. Eles foram ver a área de orientação espacial no hipocampo e viram que a área de orientação especial no cérebro dos taxistas era maior do que no motorista de ônibus, por conta dos estímulos, sempre tendo que pensar em caminhos diferentes para driblar o trânsito, e os motoristas de ônibus sempre naquela "bitolinha" de fazer o mesmo percurso.

É um estudo que quebra a questão genética. Não tem a genética dos motoristas de táxi. Foi estímulo, uma questão ambiental. Isso me marcou muito. Estamos conduzindo trabalhos científicos e estamos começando a abrir mais ao público, algo que não tínhamos tanta intenção de fazer porque você tem outros projetos parecidos com o nosso em outros países. Só que eles são mais comerciais.

Você está lançando um negócio novo no mercado é como se o mundo fosse virgem à intervenção. É um ambiente propício a se fazer um estudo. Vamos supor: é diferente eu fazer um estudo hoje e outro daqui a cinco anos porque todo mundo já conheceu o projeto.

Sindpd: Então esse projeto, além de ter essa possibilidade de proporcionar esses benefícios às pessoas, ele também vai ajudar a nortear uma pesquisa?
Paulo Camiz: Exato. Tudo está sendo transformado em números. Há uma equipe para analisar, para fazer publicações. É um negócio que no Brasil não temos hábito de fazer, então quisemos fazer um negócio bem feito.


Sindpd: Há algum projeto ou ideia futura para aperfeiçoar ou desenvolver ainda mais a plataforma? Ou até mesmo criar outras ferramentas, além dessas já oferecidas, que também atuem no desenvolvimento da mente?

Paulo Camiz: Nossa ideia é de aperfeiçoar o que já está lá [no jogo]. Desenvolver novos jogos e que trabalhem outras áreas é um desafio para a nossa equipe - que conta com uma equipe médica, pessoal de tecnologia da informação, pessoal que cuida do aplicativo, entre outros. É um projeto bem complexo. Tudo demora para chegar no que se quer.

Para mais informações sobre o desconto aos associados e conhecer outros detalhes da parceria, clique aqui.



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