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11 de Maio de 2018
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Trabalhadores de TI avaliam as novas tecnologias voltadas aos deficientes visuais
Conheça os principais investimentos direcionados à mobilidade e acessibilidade da população deficiente e que garantem acesso à cultura, educação e saúde



O mundo está em crescimento constante. Em meio às mais de 7 bilhões de pessoas do planeta, o nosso País conta com 207 milhões de brasileiros, sendo que quase 24% deles, ou seja, 45,6 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. A deficiência visual é a mais comum e atinge 3,5% (6,5 milhões de pessoas) dos habitantes. Para otimizar a qualidade de vida dessa população, a tecnologia tem desenvolvido programas e objetos que permitem aos deficientes visuais terem acesso completo à cultura, educação e à saúde.

Ler um livro, ir ao mercado fazer compras ou fazer um pagamento são atividades que fazemos diariamente e que normalmente são um desafio para quem tem deficiência visual. No entanto, graças à tecnologia, que está em desenvolvimento progressivo, a realidade pode ser diferente, e as pessoas podem passar a enxergar o mundo por meio das soluções que estão sendo criadas.

Inteligência artificial

São Paulo sedia o primeiro Espaço de Leitura Bibliotech, inaugurado no dia 1 de março no bairro Sumaré e proporciona aos deficientes visuais o acesso a mais de 600 livros que compõem o acervo. É a primeira biblioteca do gênero no País.

A iniciativa é uma parceria entre a Unibes Cultural e a Secretaria Municipal de Cultura. Por meio de um dispositivo high tech chamado OrCam MyEye - uma evolução de sensores que alimentam carros autônomos - é que a magia acontece: o aparelho "vestível" reconhece sozinho a palavra escrita e traduz em áudio para o "leitor" através de um fone de ouvido.

Atado na armação de um óculos, ele trabalha com qualquer plataforma que tenha letras e números - livros, revistas, jornais, placas de sinalização, cardápios, telas de smartphones e computadores, além de conseguir ler em português e inglês - e usa inteligência artificial para escanear o que está no papel, smartphone ou computador. E o melhor: essa tecnologia também é capaz de reconhecer pessoas e objetos.

A Unibes Cultural fica naRua Oscar Feire, 2500 - ao lado do Metrô Sumaré. Mais informações: (11) 3065-4333 ou pelo site http://unibescultural.org.br/. A biblioteca fica aberta de segunda a sábado, das 10h às 19h.

Sem bengala

Outra solução criada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, pela sigla em inglês), nos Estados Unidos, permite que deficientes visuais substituam a bengala por um sistema de identificação de obstáculos acoplado ao corpo. Nos testes, o mecanismo reduziu as colisões em até 86%.

O dispositivo permite que o usuário circule por ambientes internos sem a bengala. Isso porque uma câmera 3D, que deve ser pendurada no pescoço, analisa a região à frente do usuário e identifica obstáculos, bem como sua distância. O deficiente visual é orientado sobre as direções por meio de vibrações no cinto, que também tem uma tela em braile para ajudar no processo de locomoção.

Em testes realizados pelo MIT, todas as tarefas em ambientes externos foram executadas sem o auxílio da bengala. Porém, quando as duas alternativas foram usadas juntas, a velocidade e a confiança dos deficientes foram bem maiores.

A realidade do deficiente visual em TI

Presidente do CADEVI (Centro de Apoio ao Deficiente Visual), analista de sistemas sênior há mais de 44 anos e recentemente aposentado pela Prodam, Lothar Bazanella é um exemplo sólido da realidade do deficiente visual no ambiente de trabalho. Para ele, apesar de tanta tecnologia, é necessário que sejam criados métodos mais acessíveis. "Por se destinarem a um público restrito, acabam se tornando muito caros", avaliou.

Sobre a tecnologia dos óculos disponíveis no Espaço de Leitura Bibiliotech, Bazanella afirma que, assim como ele, existem scanners e aplicativos gratuitos para celulares que fazem essa função (veja tabela no fim da matéria). "Esses óculos nos foi apresentado no CADEVI a um custo de aproximadamente R$15 mil reais. É produzido em Israel, mas poderia ser produzido aqui, provavelmente a um custo bem menor".

Na avaliação de Sidnei Silvestre da Silva, que é analista de suporte e acessibilidade web e tem 11 anos de trabalho na área, os óculos para leitura podem ser o início de uma melhoria real. "Este é o caminho, porque o material disponibilizado para estudos nem sempre possui uma versão acessível, fazendo com que o estudante, profissional de TI com deficiência visual, não tenha acesso a todo o material necessário para os seus estudos. Com a chegada destes dispositivos, cada vez mais teremos autonomia para usufruir dos mesmos conteúdos disponíveis a todos os demais alunos e profissionais, fazendo com que o deficiente visual não tenha uma perda de tempo aguardando até que surja uma versão adaptada para a sua exploração", disse.

Atualmente, para os trabalhadores de TI com alguma deficiência visual, existem programas especiais para programação - como os leitores de tela Jaws For Windows - produto pago e importado dos EUA -, o gratuito NVDA e o Virtual Vision. No entanto, para aqueles que trabalham com eles, os softwares não conseguem acompanhar a evolução dos demais, especialmente os recursos gráficos.

"No meu entender isso só seria possível se os desenvolvedores incorporassem já na origem os recursos de acessibilidade como fez a Apple, cujos celulares possuem o Voice Over nativo que, se ativado, os tornam acessíveis", opinou Lothar.

No quesito navegação, Sidnei Silvestre ressaltou a falta de elementos fundamentalmente simples para otimizar o trabalho. "As principais dificuldades são as plataformas que não se preocupam em oferecer o recurso de navegação via teclado, tornando assim a navegação via leitores de tela bem complicada, já que estes leitores fazem grandes coisas, mas ainda não fazem milagres", lamentou.

Com 30 anos de carreira, o analista de TIC Laércio Sant?Anna concorda com as dificuldades nos avanços nos programas voltados ao trabalho, mas é otimista. "A adequação às novas versões dos sistemas operacionais não é atendida pelos recursos de tecnologia assistida do jeito que gostaríamos e até precisaríamos, no entanto não dá para deixar de considerar que isso já foi bem pior", relembrou. "Com a modernização e facilidade de comunicação entre as empresas, já é realidade o contato dos desenvolvedores de produtos de tecnologia assistiva com os fabricantes de softwares, tentando assim prever quais serão as inovações. Com isso, buscam se antecipar e estar preparado para lançar novas versões de, por exemplo, leitores de tela, junto com o lançamento da nova versão do Windows", alertou o profissional.

Mas apesar da falta de atualização dos sistemas, ele fez uma recomendação às empresas que pretendem contratar profissionais com deficiência visual. "Deem oportunidade. Sejam pacientes em um primeiro momento. Quando chegamos em um novo ambiente, podemos demorar um pouco mais para nos ajustarmos. Mas, depois que nos adaptamos, temos condições de oferecer serviço de qualidade e com eficiência".

Aplicativos facilitadores

A tecnologia tem muito a oferecer às pessoas com deficiência. Confira mais quatro aplicativos gratuitos voltados ao Android e iPhone para pessoas com problemas de visão ou cegas.







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