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24 de Janeiro de 2017
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Patrões emperram negociação ao manter proposta de reajuste de apenas 4%
Sem avanço, patronato ainda sugere corte de direitos e retrocede em cláusulas já acertadas



A 3ª rodada da Campanha Salarial 2017 terminou sem acordo para os profissionais de TI do estado de São Paulo. Nesta terça-feira, 24, a comissão de negociação do Seprosp deixou clara a indisposição em debater e indicar mudanças que beneficiem verdadeiramente os trabalhadores. A contraproposta apresentada pelo patronato foi de manter os 4% de reajuste com o abono de 18% a ser pago em outubro. Após duas reuniões com avanços mínimos e propostas absurdas - sendo a primeira de 3,5% de reajuste salarial com um abono de 10%, e a subsequente de 4% com abono de 15% - o patronato manteve o posicionamento retrógrado ao ignorar a reivindicação primordial do Sindpd, que exige a reposição das perdas inflacionárias acrescida de aumento real de 2%.

Fator determinante para o fechamento do acordo, a reposição da inflação - calculada em 6,58% pelo INPC - tem sido defendida insistentemente pelo Sindicato desde a primeira rodada. Levado à mesa de negociação pela terceira vez, o índice absurdo de reajuste configura a redução de salários. "É uma afronta, uma falta de respeito com a categoria. Nós deixamos claro desde o início que não vamos começar a negociar sem repor a inflação. Teremos mais uma rodada, mas o posicionamento do patronato sinaliza claramente que o objetivo não é fechar acordo, e sim acirrar os ânimos para um movimento paredista nesse início de ano", afirmou Antonio Neto.

Retrocesso

Além de não melhorar o índice de reajuste, a comissão patronal propôs mudanças que configuram retrocessos para a Convenção Coletiva. Entre elas, a alteração da multa por atraso de pagamento - hoje limitada a 2% ao dia e 20% ao mês - e a cobrança de coparticipação nos procedimentos médicos. Atualmente, o funcionário é responsável por arcar com 70% do plano sem custos adicionais.

A maior impropriedade posta à mesa, porém, foi o recuo em uma das cláusulas já acertadas durante a segunda rodada. No dia 19 de janeiro, a comissão do Seprosp havia ampliado o percentual de reembolso do auxílio-creche de 30% para 40% para crianças de 24 a 60 meses - mesmo índice já aplicado aos filhos com até 24 meses. Nesta terça-feira, ao propor o reajuste do piso salarial administrativo para R$ 1.141, o patronato recuou na cláusula 19ª e sugeriu que o benefício passasse de 40% para 35%. Com a justificativa de que o auxílio-creche é calculado pelo salário-base, a comissão alegou que o aumento do piso inviabilizaria a elevação do percentual do benefício. "Vocês estão misturando alhos com bugalhos ao tratar de piso salarial com o auxílio-creche. E quem não tem filhos, paga o preço de quem tem filhos? Não dá para aceitar", reclamou o presidente do Sindpd.

A PLR e o vale-refeição, conquistas alcançadas à duras penas após duas greves da categoria, também foram alvo da intransigência do patronato. O Sindpd, que luta por reajuste digno também no vale-refeição, pleiteia pelo valor mínimo de R$ 20 para carga horária acima de seis horas e R$ 18 para a jornada de até seis horas diárias. Já o Seprosp, que havia sugerido o valor fixo de R$ 17,50 durante a segunda rodada, manteve o índice anterior. Mas, dessa vez, retrocedeu ao sugerir a exclusão do benefício para jornada de até seis horas. A oferta foi rejeitada com veemência pelo Sindicato, que manteve firme a reivindicação inicial.

Próximos passos

Com projeções positivas, o setor de tecnologia da informação apresenta crescimento comprovado para o ano de 2016. Em São Paulo, o segmento vem retomando a contratação de serviços, com um índice baixo de demissões. Diante da realidade promissora do setor, a contraproposta de 4% de reajuste salarial expõe o espírito pessimista e retrógrado do patronato. Ao travar a negociação salarial, a comissão das empresas inviabiliza o acerto de todas as outras cláusulas. O corte de direitos, a alteração de conquistas já consolidadas e a redução de salários estão fora de cogitação para os trabalhadores de TI.

A próxima reunião está agendada para o dia 1 de fevereiro, quarta-feira, às 15 horas, no Seprosp. Ao pedir responsabilidade na análise da pauta, o presidente do Sindpd deixou claro, mais uma vez, o posicionamento do Sindicato. "Inflação para nós é importante. Isso aqui, 4% mais abono, não serve para nós. Sem a reposição das perdas inflacionárias, vamos começar 2018 com uma defasagem de 2,58% nos salários. Quero que tenham a consciência e pesem as responsabilidades dessa atitude", finalizou Antonio Neto.

Principais demandas do Sindpd:

- Reajuste salarial de 8,58% (INPC de 2016 mais 2% de aumento real);

- Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salários;

- Pagamento de vale-alimentação;

- Vale-refeição de R$ 20 para jornada superior a 6h/dia e R$ 18 para até 6h/dia.

- Pagamento integral de plano médico, hoje custeado em 70% pelos trabalhadores;

- Auxílio-creche de 50% para crianças de até 72 meses;

- Hora extra de 100% nas duas primeiras horas e 150% nas demais e finais de semana;

- Licença-maternidade obrigatória de 180 dias;

- Seguro de vida equivalente a 30 pisos salariais;

- Garantia de reembolso de km para trabalhadores que usam os próprios veículos;

- Pagamento de vale-cultura;

- Custeio de bolsa de estudo para qualificação profissional.

O que propôs o Seprosp:

- Reajuste salarial de 4% acrescido de abono de 18% pago em outubro;

- Vale-refeição de R$ 17,50;

- Manutenção da jornada de trabalho em 40 horas semanais;

- Redução da multa para empresas que atrasam salários;

- Desobrigação de continuidade da PLR para empresas que já pagam o benefício;

- Desconto do vale-refeição em caso de faltas ou ausências dos trabalhadores;

- Cobrança de coparticipação em planos de saúde e também dos procedimentos;

- Rejeição a todas as demais propostas feitas pelo Sindpd.

Assista abaixo à integra da 3ª rodada da negociação salarial.



Confira aqui a galeria:

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