Notícias
Notícias
WhatsApp
26 de Março de 2024
Tamanho da letra Diminuir Fonte Aumentar Fonte Imprimir
Mulheres se organizam para aumentar presença feminina no setor de TI
Profissionais do setor contaram como desafios na carreira as motivaram a ajudar outras mulheres que buscam ingressar na área



Se a necessidade de formar mais profissionais é um problema que preocupa empresários do setor de TI, a inclusão de mulheres nesse mercado é um tema que, embora possa ser parte da solução, ainda não recebe atenção suficiente dos empregadores. Os desafios para ampliar a presença feminina na área de TI foi o tema do quarto painel no seminário promovido pelo Sindpd-SP nesta terça-feira (26) para discutir a questão.

Especialista em cybersegurança e atuando na área há 27 anos, Eva Pereira hoje trabalha na ong Womcy, que busca ampliar o número de mulheres profissionais de cybersegurança, e contou que, quando começou sua carreira, conseguia contar nos dedos de uma mão quantas eram suas companheiras de profissão.

LEIA: Reforma trabalhista favoreceu aumento do assédio, diz Mestre em Direito do Trabalho

Hoje, segundo ela, a presença feminina na área de cybersegurança é de cerca de 20%, porém esse número sofreu um grande salto apenas nos últimos quatro anos, quando o índice era em torno de 8%. Ao mesmo tempo, estima-se que mundialmente haja uma defasagem de 6 milhões desses profissionais. Apesar do avanço, fica claro que, mesmo com oportunidades de sobra, a participação feminina no setor não chega nem perto de um nível igualitário.

Para Eva, a raiz do problema é cultural, pela ideia que ainda persiste que algumas profissões são melhores para homens, geralmente atividades ligadas a ciências exatas como é o caso da tecnologia de informação. Ela apontou, porém, que no geral as habilidades de homens e mulheres são sim diferentes, e essa é grande vantagem de se ter uma equipe diversificada.

"As mulheres têm mesmo mais visão ampla, visão do todo, mais tendência à criatividade. Os homens geralmente são mais focados, com visão mais estratégica. O segredo está em conseguir unir essas duas forças e ter uma equipe multidisciplinar, que até economicamente é mais vantajoso para as empresas pois já foi constatado que equipes multidisciplinares alcançam resultados melhores e mais rápido", explicou.

Discriminação de gênero

Há 17 anos na área de TI, Daniela Barbosa é especialista em garantia de qualidade. Apesar da ampla experiência, ela compartilhou que foi com o apoio de outras mulheres profissionais de TI, organizadas por meio de grupos online, que ela conseguiu avançar mais na carreira.

Essa comunidade foi a origem do "Cantinho das QAs", que ajuda não apenas profissionais da área a se reinserir ou ascender no mercado, como muitas mulheres que desejam fazer transição de carreira. Com o apoio da iniciativa, Daniela contou que aprendeu como montar um currículo melhor e dobrou a quantidade de respostas que recebe quando participa de processos seletivos.

Ela relembrou um caso de discriminação de gênero que sofreu há cerca de dez anos, mas que continua comum entre as mulheres no mercado de trabalho.

"Participei de um processo seletivo e passei, mas estava disputando a vaga com um homem. Ele que acabou sendo contratado porque não engravida. A gente não pode ser julgada porque engravida ou não, isso é uma decisão da mulher. Isso afasta muito as mulheres da área de TI, porque quando conversamos sobre pegar algum projeto, é muito comum nos questionarem se não há risco de engravidarmos no meio e isso atrapalhar o andamento", pontuou.

Consultora de negócios em TI e uma das responsáveis pela startup Weekend Women in Tech, Andressa Romanek disse que ingressou na área há 20 anos como recepcionista de uma grande empresa de TI e desde o primeiro momento se questionou por que havia tão poucas mulheres que trabalhavam ali.

Ela falou como seu olhar feminino é uma de suas ferramentas de trabalho, pois atua pensando como a tecnologia pode ajudar a melhorar a experiência das pessoas com processos que podem ser complexos e frustrantes para alguns, como buscar atendimento em um banco.

"Participei de um projeto de um grande banco que buscava humanizar o atendimento por telefone e foi necessário pensar não apenas na questão tecnológica, mas em como aquilo podia ser uma boa experiência nas mais diversas situações, e foi preciso ter um olhar solidário para isso. Imagina ser uma pessoa idosa, tentando falar com um atendimento eletrônico na rua em São Paulo, com barulho, correndo o risco de ser assaltada. Ter o olhar feminino foi essencial para melhorar esse processo", contou.

(Foto: Divulgação/Sindpd-SP)


banner filie-se
Compartilhe

WhatsApp
LEIA TAMBÉM
Colonia PCDs vagas


PESQUISAR BENEFÍCIO

Área ou segmento


Tipo

Categoria

Cidade

BUSCAR


View this profile on Instagram

Sindpd (@sindpdsp) Instagram photos and videos



MAIS ACESSADAS
Clausula 53 Benefícios - Resumo Imobiliaria reduz