Entre os dias 4 e 5 de abril a diretora da regional do Sindpd em Campinas e Jundiaí Loide Belchior participou da etapa macrorregional na cidade de Piracicaba da I Conferência Estadual de Saúde das Mulheres, realizada na Escola de Engenharia de Piracicaba. Do evento promovido pela Secretaria Municipal de Saúde participaram representantes das cidades de Campinas, Piracicaba e São João da Boa Vista para debater a ¨Saúde das Mulheres: Desafios para a integralidade com equidade¨.

Durante os dois dias da Conferência foram debatidos temas que geraram vinte propostas referentes a quatro eixos centrais: "O papel do estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres"; "O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres"; "Vulnerabilidades e Equidade na vida e na saúde das mulheres"; e "Políticas Públicas para as mulheres e a participação social". Os quatro temas escolhidos serão levados à etapa estadual.

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a população feminina é de 100,5 milhões. Calcula-se que 34,17 milhões de brasileiras se encontram em situação de violência. Por isso, as propostas abordadas priorizam questões como implantação de políticas públicas de saúde da mulher, sobretudo aquelas em situação de violência ou de vulnerabilidade social. Outras, dizem respeito ao aumento do período de licença maternidade, de 120 para 180 dias e à assistência obstétrica humanizada.

"Para mim foi muito importante esta Conferência, apesar de ter participado apenas de uma parte, para que realmente seja concretizada esta Política Nacional de Atenção integral à saúde das mulheres e que também as mulheres tenham direito e oportunidade de ocuparem mais espaços nas áreas política e social", afirmou Loide Belchior.

Na ocasião foram eleitas 49 delegadas das Diretorias Regionais de Saúde de Piracicaba, Campinas e São João da Boa Vista.

A abrangência nacional da Conferência será assegurada pela realização das demais etapas municipais, intermunicipais, macrorregionais e estaduais, sendo que as conferências municipais são realizadas pelas secretarias municipais de saúde. Ao fim de todo o processo, o número de delegadas e delegados que deverão ser eleitos nos municípios será informado pelo Conselho Estadual de Saúde.

As próximas etapas são aEstadual, que será realizadaentre 6 e 8 de junhoe a nacional, na2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, no período de 1º a 4 de agosto.

De acordo com a CNS, a primeira Conferência Nacional de Saúde e Direitos da Mulher aconteceu em 1986, e após 30 anos retoma as discussões e reúne as mulheres para pensar a política nacional de saúde. A expectativa do CNS é que a Conferência seja a efetivação do Controle Social no SUS para a saúde das mulheres.

Participaram da abertura do evento a diretora do Departamento Regional de Saúde de Piracicaba Maria Clélia Bauer, a diretora do Departamento Regional de Saúde de Campinas Maria Aparecida Malta, o diretor do Departamento Regional de Saúde de São João da Boa Vista Benedito Carlos Westin, o secretário de saúde do município de Piracicaba Pedro Antonio de Mello, o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Piracicaba Danilo Geraldo Leme de Souza, a representante da CMS Piracicaba Inez Machado de Lima e a representante das trabalhadores do município de Caconde Monica Bazzana Catalano.

Da mesa redonda participaram Priscila Aparecida Lamana Diniz, do Núcleo da Mulher da Defensoria Pública do Estado de São Paulo com o tema "Implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres"; Aparecida do Carmo Miranda Campos, da Unicamp, debatendo "Vulnerabilidades e Equidade na vida e na saúde das mulheres"; Silvana Veríssimo, do Conselho Nacional de Direitos para as Mulheres, falando sobre "Implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres"; Nancy Thame, vereadora de Piracicaba, discorreu sobre "A mulher e o meio ambiente"; Cinthia Vilas Boas, da Rede Articula Juventude, palestrou sobre "Políticas Públicas para as mulheres e a participação social"; e Helder Prado, do CEREST Piracicaba falou da "Mulher no mundo do trabalho". A mesa redonda foi mediada pela especialista em saúde pública Léa Amabile Queiroz Telles.